domingo, 31 de julho de 2005

Recreativo Águias da Musgueira



O Recreativo Águias da Musgueira é uma das principais agremiações desportivas da Alta de Lisboa. A sua nova sede, no Condomínio da Torre, tem no 1º andar uma vasta colecção de troféus conquistados ao longo de mais de 40 anos de existência (fundação em 1 de Maio de 1963).

Actualmente estão em funcionamento as secções de boxe, luta greco-romana, atletismo e ginástica de manutenção, mas é o futebol que ocupa a maior fatia de atletas do clube. Com equipas desde os benjamins, com 12 anos, até aos séniores, a disputar a 1ª divisão da distrital de Lisboa, o Águias da Musgueira enquadra nas suas equipas antigos moradores da Musgueira e conta já também com novos habitantes da Alta de Lisboa.

O presidente do clube é o António Quadros, um homem de mil ofícios e muitas histórias para contar. Viveu na Musgueira antiga, antes do projecto da Alta de Lisboa lhe tomar lugar, foi pugilista, depois treinador, deu e dá grande ajuda ao boxe Cruz Vermelha, passou também dez anos como presidente do Clube Desportivo da Charneca, foi vogal da Junta de Freguesia do Lumiar.

Com o novo complexo desportivo o Águias terá as condições que nunca teve para desempenhar um papel importante nas camadas jovens do bairro. Segundo António Quadros, o clube está receptivo a propostas de eventuais interessados para novas modalidades.

Condições de sócio:
Cartão de sócio e jóia: 7,5€ (levar fotografia para o cartão)
Cota mensal: 1,5€

Participação gratuita em todas as actividades do Recreativo, mensalidade simbólica nas escolinhas de futebol, entrada gratuita nos jogos do Águias realizados no Complexo Desportivo da Alta de Lisboa.

Morada: Rua Tomás del Negro 6B
Telefone: 21 7530470

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sexta-feira, 29 de julho de 2005

Preocupantes atrasos nas escrituras da Colina de S. Gonçalo



A Colina de S. Gonçalo é neste momento um local de emoções distintas. Por um lado a alegria imensa de quem faz a mudança para a nova casa, para o novo bairro, por outro a desilusão e desgaste de quem vê os dias passar sem que a vistoria e escritura sejam marcadas. Testemunhos desta lentidão a ver AQUI.

Alguém me pode dizer quem ganha com isto? Os futuros moradores obviamente que não, ficando em situações de muito difícil gestão, entre a saída da antiga habitação e a entrada sucessivamente adiada na nova. A SGAL apenas recebe a grande fatia do pagamento no acto da escritura, portanto, para além da péssima imagem de desleixo e desrespeito pelas pessoas (não utilizo propositadamente o termo clientes, acho que a situação é mais grave que uma mera relação comercial) não vejo o que possa beneficiar também com esta situação.

Alguém resolve este mistério?

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quarta-feira, 27 de julho de 2005

Complexo desportivo cada vez maior!



Está a ser finalizado o campo de treinos do nosso complexo desportivo. Será essencial para a equipa do Recreativo Águias da Musgueira realizar uma boa época!

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segunda-feira, 25 de julho de 2005

Parque Oeste avança depressa



Vê-se ao centro a construção de uma pérgola que será coberta com plantas trepadeiras.



Uma alameda onde os álamos são substituídos por palmeiras é uma palmareda?



O primeiro nível do espelho de água do Parque Oeste. A passagem da água para os restantes níveis será feita através de pequenas cascatas.



A primeira cascata é junto ao caminho pedonal que atravessa a Alta de Lisboa.



Nalguns pontos da parte nascente do Parque já se nota a relva a crescer.

A primeira fase de construção do Parque Oeste acaba neste ponto, onde começa o grande lago. Futuramente será construída a faixa do Parque que servirá de barreira natural entre a Alta de Lisboa e o Eixo Norte-Sul. Prevê-se que finalizem as obras do parque e o abram ao público em Setembro.

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sexta-feira, 22 de julho de 2005

Não temos os abrigos mas temos os Mupis!


(Fotografia de Pedro Ornelas)

Esta fotografia do Pedro Ornelas, retirada deste post de o céu sobre Lisboa, outro dos meus blogs preferidos, mostra-nos o que representam para o munícipe lisboeta algumas das contrapartidas do protocolo celebrado entre a CML e a JCDecaux.

No entanto, uma leitura atenta ao documento assinado pelas duas partes revela-nos que para a lei ser cumprida não basta estar escrita. Ora vejam lá o ponto 5:

5. No âmbito da legislação em vigor, e nos termos dos critérios e princípios aí estabelecidos, tal mobiliário urbano deve ser adequado e integrado com as características gerais da cidade e por isso deve ser limitado, organizado e regulado, por forma a evitar a ocupação excessiva e desordenada dos espaços públicos ou afectados ao domínio público municipal

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Abrigos das paragens de autocarro

Em resposta ao email enviado à Carris a propósito da ausência de abrigos nalgumas paragens de autocarro, como se vê aqui, o Provedor do Cliente respondeu hoje, avançando um pouco em relação ao que houvera dito ao Rodrigo:


Considerando o teor do e-mail que nos enviou, o qual agradecemos, esclarecemos que a colocação de abrigos nas paragens, na cidade de Lisboa é da responsabilidade da Câmara Municipal de Lisboa, através das suas concessionárias de abrigos. Iremos, assim, endereçar a reclamação à autarquia

Contudo, informamos que a área em causa, integrada na chamada "Alta de Lisboa", não tem ainda os arruamentos finais, decorrendo ainda situações de obras que poderão alterar a circulação e localização de paragens dos autocarros.

Sempre ao vosso dispor, apresentamos os melhores cumprimentos.

O Provedor do Cliente


Ou seja, a responsabilidade da colocação dos abrigos é da CML. Esta celebrou em tempos um contrato com a JCDecaux para colocar abrigos nas paragens de autocarro, entre outros equipamentos de utilidade pública, em troca de placards de publicidade (Mupis) espalhados por Lisboa.

O facto de a Alta de Lisboa não ter ainda os arruamentos finais não nos é desconhecido. Prevê-se a conclusão deste enorme projecto para 2015, se não houver atrasos, e a política de incentivo à utilização de transportes públicos não deverá ficar adiada até lá. Mesmo em arruamentos não definitivos, que serão alterados, por exemplo, daqui a um ano, justifica-se pelo menos um abrigo provisório que traga conforto durante a espera dos utentes.

Esperemos então pela resposta da CML.

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quarta-feira, 20 de julho de 2005

Árvores nos passeios



Estava há tempos para referir este texto de um dos meus blog preferidos, a barriga de um arquitecto. Aborda as consequências sociais que elementos urbanísticos como a largura dos passeios e a inclusão de árvores podem ter.

Neste Verão quente e seco, onde já arde o pouco que ainda resta para arder, é fundamental reflectir nestes pormenores que podem fazer toda a diferença numa cidade, para chegarmos à conclusão que devemos todos ser exigentes para que as cidades não percam a ligação à vida, à natureza. Uma cidade sem árvores, impermeabilizada pelo alcatrão, morta com o cimento, é uma cidade sem qualidade de vida. E já é tempo de todos nós exigirmos voltar a ter uma cidade saudável, onde viver seja um prazer e não um local feito à medida de interesses sectoriais, sem preocupação com as pessoas.

Nalgumas ruas da Alta de Lisboa a inclusão de árvores foi correctamente pensada, como é o caso da fotografia acima, mas infelizmente este exemplo não é geral. O que vos proponho é que encontremos locais onde a solução poderia ser melhor, para depois podermos propor a alteração.

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terça-feira, 19 de julho de 2005

Árvores

"O que faz falta são mais jardins públicos com árvores, uma boa política de investimento na estrutura verde urbana. Não se pode continuar a tapar o sol com a peneira. Neste momento estão a fazer-se estacionamentos a que chamam jardins porque se põe relva por cima. Faz-se muita publicidade quando se planta uma árvore, mas depois arrancam-se 30. As árvores na rua fazem muita falta porque a sua inexistência provoca problemas climáticos como um aumento da temperatura da cidade. Aquilo a que se assiste é cada vez mais uma dizimação das zonas verdes públicas, enquanto algumas das privadas são abusivamente delapidadas. Há uma série de exemplos negativos, como Monsanto, que tem sido constantemente cortado, ou o Parque Eduardo VII, do qual raparam uma fatia para construir o túnel do Marquês, um projecto feito em cima do joelho que vai colocar mais automóveis dentro de Lisboa."

Carlos Severo - Arquitecto (in Público: O que faria para melhorar Lisboa?/19 Julho 2005)


Obrigado Aníbal!

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Evolution do Parque Oeste


25 de Junho de 2005


15 de Julho de 2005

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segunda-feira, 18 de julho de 2005

Outras perspectivas




Aqui ficam outras perspectivas da malha que engloba o Parque S. João de Brito, Evolution e Dolce Farniente.

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domingo, 17 de julho de 2005

Pressão imobiliária


(Edifícios Dolce Farniente, junto ao Parque das Conchas)


A questão já foi trazida há tempos pelo Pedro, mas resolvi lembrá-la de novo. Na parte Sul da Alta de Lisboa a densidade de construção é enorme. Não é este o ideal de cidade que devemos procurar, ruas estreitas para edifícios altíssimos.

Uma regra usada no planeamento urbanístico consiste em estabelecer como altura máxima de um edifício a largura da rua. Ou seja, uma pessoa, do outro lado da rua, para ver céu, não terá que inclinar a cabeça mais que 45º.

Não sei se esta regra vigora como lei em Portugal, se está contemplada no PDM de Lisboa, e se o que se passa no local apresentado na foto é normal.

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sexta-feira, 15 de julho de 2005

Complexo Desportivo





Está praticamente concluído o primeiro de dois campos de futebol do complexo desportivo da Alta de Lisboa. Dotado de uma bancada e equipado com relva sintética, este campo será utilizado já na próxima época oficial, de 2005/2006, pelas equipas de infantis, iniciados, juvenis, juniores e seniores de futebol do Recreativo Águias da Musgueira.

Este conjunto de infraestruturas englobará ainda mais um campo de futebol, um pavilhão polivalente para prática de futsal, basquetebol, hóquei em patins, andebol, voleibol e ginástica, uma zona de piscinas com três tanques, um deles com medidas oficiais e outros dois dedicados à aprendizagem. Servirá também de sede às Federações Portuguesas de Ginástica e de Esgrima.

Quando finalmente me tornar morador da Alta de Lisboa, este será o meu 2º complexo desportivo. O primeiro adquiri-o no Liceu. Jogava futebol de forma patética.

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quinta-feira, 14 de julho de 2005

Estendais



Apesar da imagem fazer parecer o contrário, a maior parte dos edifícios da Alta de Lisboa não está preparada com estendais para secar roupa. Alegadamente existe uma lei que proíbe a existência de estendais. Os arquitectos, por opção estética e encorajados pela lei, acabam por não encontrar qualquer solução no exterior do prédio para uma necessidade que se espera básica. Também dentro de casa, sobretudo em apartamentos com áreas mais reduzidas, torna-se difícil, pouco prático e eficaz estender roupa.

A solução proposta por construtores e arquitectos das casas é a compra de uma máquina de secar roupa. Mas isto levanta outras questões:

- Num país como Portugal, onde a energia é cara e o nível de vida baixo, faz sentido não aproveitar um recurso natural como o Sol?

- Concordando com a preocupação estética, não seria possível encontrar uma solução de compromisso?

- A fotografia mostra o bloco de habitação social do Condomínio da Torre. Será razoável pedir a algumas pessoas que têm como rendimento mensal cerca de 400€ a compra de uma máquina que custa quase tanto? E o aumento da factura de electricidade seria comportável?

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terça-feira, 12 de julho de 2005

Percurso para o Mercado das Galinheiras


(imagem retirada do LisboaInteractiva)

Nesta vista aérea temos a amarelo o percurso para o Mercado das Galinheiras, desde a Rotunda Cardeal D. António Ribeiro, passando pela Avenida 7, junto ao condomínio Colina de S. Gonçalo, indo para Norte, junto ao antigo campo de futebol das Águias da Musgueira. O mercado está assinalado a vermelho. Funciona aos Domingos, desde as oito da manhã até pouco depois do almoço. Um mercado essencial para muitos dos moradores da Alta de Lisboa, com excelentes produtos hortícolas, vendidos pelos produtores.

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domingo, 10 de julho de 2005

Paragens de autocarro sem protecção



As paragens de autocarros da Avenida Kruz Abecassis, por onde passam as carreiras 17, 77 e 108, são meros postes de localização sem guarida. No Verão, com temperaturas altas e sol abrasador, ou no Inverno, sob a intempérie, são locais, no mínimo, muito pouco convidativos.

Cada vez é mais urgente discutir e alterar hábitos de transporte. Os níveis de poluição são altos, o preço dos combustíveis sobe em flecha, a qualidade de vida com o aumento do tráfego automóvel diminui. A solução é um investimento sério e rápido numa boa rede de transportes públicos, que seja rápida e eficaz, com grande área e densidade de abrangência. Sem isto é difícil convencer as pessoas a abdicar do automóvel particular.

A imagem acima é uma prova de que este investimento não existe. Ou então que a preocupação da Carris com o conforto dos utentes só existirá quando os moradores de classe média/alta começarem a habitar os condomínios mais próximos destas paragens, Colina de S. Gonçalo, Condomínio do Parque e Jardins de S. Bartolomeu, porque, por enquanto, as paragens apenas servem moradores dos PER.

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Mercado das Galinheiras









O mercado das Galinheiras, situado a Norte da Alta de Lisboa e a Oeste da Charneca do Lumiar, funciona todos os Domingos, desde as oito da manhã até cerca das duas da tarde. Podemos encontrar produtos frescos (legumes, fruta), charcutaria (enchidos, queijo, carnes), pão e derivados. Como os vendedores são os próprios produtores, os preços são muito mais baixos que nos hipermercados e, garanto-vos, a qualidade dos produtos é incomparavelmente melhor.

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sábado, 9 de julho de 2005

Nasceu um novo blog sobre a Alta de Lisboa!

Nasceu hoje mais um blog sobre a Alta de Lisboa, chamado Jardins de S. Bartolomeu. Aborda assuntos que dizem respeito ao todos os moradores da Alta de Lisboa e não apenas aos dos condomínio que dá nome ao blog. É portanto mais uma razão para nos sentirmos felizes pelo rumo que estamos a dar a esta parte nova de Lisboa. É fundamental que todos nos interessemos pelos espaços, pelas pessoas, por um ideal de vida em comunidade. No fundo, a construção e crescimento da nossa cidade depende sobretudo de nós. Mas, para isso, é preciso que estejamos sempre empenhados, sempre atentos e participativos.

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sexta-feira, 8 de julho de 2005

Espaços públicos da Colina de S. João de Brito ao abandono







É visível aqui o desleixo e falta de manutenção dos espaços públicos junto ao empreendimento da Colina de S. João de Brito. Mais uma vez o contraste entre espaço público e privado é confrangedor.
Como na Alameda da Música, este espaço tem bicos de rega preparados, mas aparentemente não estão ligados à rede. Será provavelmente mais um desfazamento de entrega do espaço pela SGAL à CML. Esperemos que esta situação se resolva o mais depressa possível.

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quinta-feira, 7 de julho de 2005

Dar o devido valor aos Arquitectos

Descobri pelo Pedro Veiga que em Portugal não é preciso ser arquitecto para assinar um projecto de arquitectura. Um decreto-lei de 1973, aprovado quando em Portugal apenas existiam 500 arquitectos, permite esta possibilidade de ouro para qualquer "pato bravo" erguer o seu mamarracho ao lado de um qualquer prémio Valmor, ou construir uma casa de banho do avesso no campo.
A leitura de um texto do Daniel Carrapa, n'a barriga de um arquitecto, é um excelente aperitivo para depois irmos ao Forum Alta de Lisboa contribuir com o abaixo-assinado promovido pela Ordem dos Arquitectos para que a Assembleia da República altere o tal decreto-lei responsável, para além de inúmeros crimes urbanísticos, pela existência de tanto desemprego e trabalho precário nos actuais 10000 arquitectos formados em Portugal.
Pode dar algum trabalho, mas vale a pena fazer algoque possa melhorar "as coisas".

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A Carris respondeu!

Neste post foi feito um pedido de informação à Carris:


Boa noite!


Sou futuro morador na Alta de Lisboa e gostaria de saber quais os planos da Carris quanto ao reforço da sua rede de autocarros nessa zona da cidade. Gostava também de saber se a estação terminal da Musgueira será desactivada no seguimento do plano de reordenação urbana da Alta de Lisboa.

Muito obrigado pela atenção dispensada,

Tiago



Hoje, recebi a resposta da Carris:

Exmo Senhor


A partir do próximo Sábado a carreira 108 terá um aumento de frequência. Para obtenção dos meios necessários a carreira é simultaneamente encurtada ao campo Grande. Quanto às nossas instalações da Musgueira não temos conhecimento de qualquer alteração.

Cumprimentos

Paula Vieira

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Já não sobra uma!



As placas de betão cartonado do Condomínio da Torre continuam a ser destruídas a cada dia que passa, deixando este aspecto desolador em edifícios com pouco mais de um ano. Não vale a pena investir em materiais frágeis quando não há condições para os manter. Não querendo alterar os projectos iniciais do arquitecto, há que encontrar, no entanto, uma solução de compromisso que seja mais resistente.

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Outra perpectiva do Parque Oeste






(Fotografias tiradas de um 7º andar do Condomínio da Torre)


O Parque Oeste, construído entre os Condomínios da Torre, Condomínio do Parque e Jardins de São Bartolomeu, está a avançar de dia para dia. O lago começa a ser cheio, as primeiras árvores estão a ser plantadas, os caminhos acabados, e em breve a relva será semeada.

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Bloco de habitação social do Condomínio da Torre



Este é o aspecto do interior do bloco de habitação social do Condomínio da Torre.

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Regaram finalmente a Alameda da Música!



Depois de muitos protestos por parte dos moradores, a Alameda da Música, ainda sem definição jurídica quanto a quem pertence, SGAL ou CML, foi finalmente regada. Curioso é o facto de os relvados estarem equipados com sistema de rega, e a rega que aqui vemos estar a ser feita à mangueira. Menos eficaz, mais dispendiosa. Provavelmente deve-se ao impasse na transferência de propriedade da SGAL para a CML.
Deixa-nos também outra dúvida: a relva estava em seca extrema. Será que tem hipótese de revitalizar com esta e futuras regas? Se não, terão de replantar tudo de novo e esta água foi gasta em vão.

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quarta-feira, 6 de julho de 2005

A Carris na Alta de Lisboa


(Fotografia de Luís Cruz-Filipe)

Pediu-me o Tiago que escrevesse algo sobre o passado, presente e futuro das carreiras da Carris na Alta de Lisboa. Antes de começar, quero deixar claro que não tenho qualquer ligação à empresa ou quaisquer interesses no assunto que não os de uma pessoa com hobbies um bocado menos convencionais.

A rede da Carris na zona do Alto do Lumiar (ou seja, para Norte da Segunda Circular, entre a Alameda das Linhas de Torres e o Aeroporto) foi desenhada no pós-25 de Abril, quando andar de autocarro deixou de ser um luxo e passou a ser o modo de deslocação por excelência das classes trabalhadoras. Entre 1975 e 1976 a oferta da Carris cresceu exponencialmente (as frequências típicas de hora de ponta passaram de um autocarro a cada quarto de hora para um a cada cinco ou seis minutos, enquanto o número de carreiras aumentou com a criação de desdobramentos para facilitar a ligação ao Metro).

Em 1971 havia duas carreiras naquela zona: a 1 (do Cais do Sodré à Charneca, seguindo a partir do Lumiar pela Azinhaga da Cidade e Estrada de São Bartolomeu) e a 17 (também do Cais do Sodré à Charneca, mas por Sapadores e Areeiro, seguindo a partir da Avenida do Brasil pela Avenida Santos e Castro). Em 1976 a carreira 17 tinha sido prolongada aos Fetais, via Galinheiras, e a oferta tinha sido reforçada com a criação das carreiras 17A (Praça de Alvalade - Galinheiras, sobrepondo à 17), 17B (CampoPequeno - Galinheiras, via Lumiar, Estrada da Torre, Azinhaga da Musgueira e Avenida Santos e Castro) e 36A (Entrecampos-Musgueira, via Campo Grande, Segunda Circular e Avenida Santos e Castro). Entre 1976 e 2004 pouco mudou: a carreira 17A foi desviada (é a actual carreira 106, que liga o Campo Grande às Galinheiras via Calçada de Carriche e Estrada Militar), a carreira 17B é agora a 108 e a carreira 17 só vai até à Praça do Chile. Apenas a carreira 36A teve um percurso mais conturbado: em 1997 foi encurtada ao Campo Grande, passando a ter o número 77; em 2001 foi extinta devido à demolição das últimas casas no bairro da Musgueira Norte; e uma semana depois foi retomada com alterações de percurso, tendo sido posteriormente ajustada várias vezes. Actualmente circula entre o Campo Grande e a Rua João Amaral, passando pelo Parque Europa e pelas urbanizações que substituiram os antigos bairros da Musgueira Sul e Musgueira Norte.

Em 2004 a Carris encomendou um estudo de mobilidade no Alto do Lumiar com vista à restruturação da rede nessa área da cidade, tendo em conta a expansão da rede de metropolitano (recorde-se que as estações da linha amarela entre o Campo Grande e Odivelas abriram a 29 de Março de 2004). A 17 de Abril desse ano as carreiras que servem a zona foram(quase) todas alteradas, tornando (em particular) a Alta de Lisboa numa das zonas mais bem servidas de transportes actualmente. Assim, as carreiras 1 e 3 asseguram serviço no eixo Charneca-Ameixoeira-Lumiar a cada seis minutos à hora de ponta e dez minutos ao fim-de-semana, dando ligação a quase todas as linhas do metropolitano: amarela (na Ameixoeira e Lumiar), verde (carreira 1 no Campo Grande) e azul (carreira 3 no Colégio Militar, carreira 1 em Sete Rios). Por seu turno, a carreira 17 foi reforçada, passando a circular com intervalos de oito minutos às horas de ponta e treze ao fim-de-semana. Mantêm-se ainda as carreiras 77 e 108.

A 20 de Janeiro deste ano a Carris anunciou que iria em breve restruturar a sua rede completamente. Segundo um comunicado da empresa, a rede actual não se ajusta à estrutura de uma cidade que já não tem na Baixa o seu único pólo de atracção. A nova rede (que segundo as últimas informações vai começar a ser introduzida em Setembro, o que quer dizer que lá para Janeiro talvez aconteça alguma coisa) está estruturada segundo os mesmos princípios que vigoram já nas carreiras do Alto do Lumiar: ligação rápida ao metropolitano em vários pontos, frequências elevadas em locais centrais (nas paragens da Rua Tito de Morais a oferta às horas de ponta é superior a 2000 lugares por hora, ou seja, uma média de um autocarro a cada dois minutos), criação de carreiras de bairro que parem em todos os locais possíveis e imaginários. Neste último ponto a rede do Alto do Lumiar ainda não está completa, estando prevista a restruturação da carreira 77 e a criação duma nova carreira com ligação à Ameixoeira para servir zonas actualmente sem paragens. Está também anunciado o encurtamento da carreira 108 ao Campo Grande, o que corresponderá a um aumento significativo da oferta no troço Campo Grande-Galinheiras: a ligação ao Saldanha é assegurada pela linha amarela do metropolitano, e o número de veículos em circulação na carreira manter-se-á. (Para os mais cépticos, o mesmo princípio foi já aplicado na carreira 47, que deixou de ir ao Campo Pequeno e termina agora no Campo Grande; a frequência de horas de ponta desta carreira, que era de onze minutos, passou a ser de oito).

Também para um futuro não tão próximo estão previstas alterações de percurso nas carreiras 1 e 3, que actualmente se sobrepõem totalmente entre o Lumiar e a Charneca, por forma a diminuir a distância média a uma paragem de autocarro e o restabelecimento do percurso da carreira 108 pela Avenida Santos e Castro.

Luís Cruz-Filipe


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segunda-feira, 4 de julho de 2005

Espaços ajardinados nos blocos de habitação social



Uma das coisas que me agrada no projecto da Alta de Lisboa é a preocupação de manter cuidados os espaços verdes nos blocos de habitação social. Há muito ainda por fazer, muitas ruas por concluir, prédios por erguer, e isso faz com que muita da área da Alta de Lisboa esteja ainda em terra batida. Num dia como o de hoje, ventoso, a Alta de Lisboa torna-se um local desagradável para andar a pé, com demasiada poeira no ar. Estas contigências naturais de se construir uma parte da cidade que leva necessariamente mais de uma década a concluir, podem ser atenuadas se os equipamentos e espaços verdes forem uma prioridade. A Quinta das Conchas foi já recuperada, o Parque Oeste está a avançar rapidamente, e outros espaços verdes, como o da fotografia, têm sido cuidados.
Excepção tem sido a Alameda da Música, que por um desentendimento burocrático permanece ao abandono, definhando dia após dia.

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sábado, 2 de julho de 2005

Pré-conceito

Desde que me comecei a interessar pela Alta de Lisboa, até que decidi comprar lá casa, tenho falado desse novo bairro com amigos e conhecidos. A opinião é generalizada: “Não te metas nisso, é horrível, deprimente, um monte de prédios feios e cinzentos!”. Depois invocava o projecto urbanístico premiado internacionalmente, o PDM, os projectos de arquitecto, os espaços verdes projectados: “Espaços verdes? Vamos lá ver se os fazem, vai esperando. PDM? Vai a Telheiras ver o que é um PDM.”

Tenho lido também alguns comentários neste e noutros blogs sobre a Alta de Lisboa, muitos deles depreciativos, com um tom bastante sarcástico, sem grande profundidade de argumentação. A “boca” típica.

A Alta de Lisboa tem problemas sérios, tem situações delicadas que podem levar alguns anos a resolver, mas parece-me que as “bocas” de amigos, conhecidos e leitores de blogs assentam sobretudo num preconceito e opinião fáceis, sem grande fundamentação, empírica sequer, que as sustente.

Conheço pessoas que têm o irritante hábito de comparar e valorizar todas as opções de vida que tomaram com as dos outros. Desde o carro que compraram, a casa, a cor dos cortinados, o que vestem, o que comem, onde passam férias, as “gracinhas” dos filhos, a máquina fotográfica. Não passa, nitidamente, de uma forma infeliz de sublimar algumas frustrações incompreensíveis, mas parece-me ser uma mentalidade generalizada no nosso país. A opção do outro, se for diferente da minha, é pior.

Assim se percebe porque se diz que um clube é melhor que outro, e não que a equipa de um clube joga melhor que a do outro. Só assim se percebe que andemos todos também, há décadas, a falar de esquerda e direita, sem saber distinguir uma da outra, sem dizer o que é ser de esquerda ou direita, mas antes dizendo que fulano é de esquerda ou que o partido XYZ é de direita. Assim, um rótulo, sem necessidade de justificar. É mais fácil discutir assim, de facto.

Outro tique muito nosso é o pessimismo e receio de tudo o que é novo ou com mais iniciativa que uma amiba.

Assim se percebe também o tipo de comentários que temos lido sobre a Alta de Lisboa.

Não tenho interesse particular na Alta de Lisboa, a não ser porque irá ser o meu futuro bairro. E como gosto de morar em sítios bonitos e saudáveis, apeteceu-me tentar fazer alguma coisa por isso. Teria feito o mesmo se tivesse optado ir para o Cacém ou Telheiras.

Mas, chamem-me ingénuo se for caso disso, parece-me que se existe local em Lisboa onde ainda é possível fazer cumprir minimamente o projecto inicial é a Alta de Lisboa. A Alta de Lisboa é inóspita ainda em muitos dos seus locais. Mas aos poucos, e cada vez mais depressa, os melhoramentos urbanos têm sido feitos. Poderá tornar-se, se todo o projecto for cumprido e se os futuros moradores assim o quiserem, num exemplo de planificação bem sucedida. Coisa rara, raríssima, em Portugal.

Temos discutido, nos últimos tempos, alguns aspectos da Alta de Lisboa, mas deixámos um pouco de lado o âmago da questão: qual o potencial da Alta de Lisboa? Daqui a 20 anos será uma referência urbanística a tomar como exemplo, ou será um bairro triste e doente, alvo de estudo para a intervenção de um novo Programa Polis?

P.S. O caso do arrastão da praia de Carcavelos parece que foi afinal uma história muito mal contada. Um exemplo de como o mau sistema de ensino afecta já a nossa comunicação social, ávida de manchetes, sem ter a inteligência, capacidade, talento e vocação necessárias para fazer jornalismo sério e competente. Um mau sistema de ensino e um jornalismo sensacionalista e superficial são simultaneamente causa e efeito de um círculo vicioso. Se não sentimos necessidade de validar e comprovar a informação que nos chega, porque havíamos de ter essa preocupação quando pensamos e falamos seja do que for?

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